Volta e meia, meus livros já publicados recebem a mesma reclamação dos leitores: a história poderia ser maior.

Bom, pela proposta de Meu Amor Viajante, eu não tinha muito o que esticar ali. Sei que nem todo mundo vai amá-lo, mas ele segue sendo meu livro mais lido pelo que entendo. É uma noveleta, sempre pensei na história nesse formato e sigo bem satisfeita com ela.

No começo, Noites de Insônia também ia ser curtinho assim. Só que Marcela e Rodrigo me pediram mais cenas, então eu fui escrevendo até ver o quadro completo. Também compreendo quem diz que queria tê-los visto mais tempo juntos. Não é que as coisas se resolvam tão rápido, apenas não havia sentido em continuar por muitas páginas depois que eles se juntam de vez.

É que sou uma escritora concisa até demais. Inclusive, amo escrever contos. Acho mais fácil cortar cenas do que inventar momentos de ócio “sem propósito” para os meus personagens. O famoso filler ou, em bom português: encher linguiça.

Para mim, cada coisinha acontece porque um personagem decidiu algo em algum momento, então eu trago as consequências na cena seguinte para eles enfrentarem. Ponto fraco ou marca de estilo? Só os deuses da escrita sabem.

Acabei de ler Nossa Parte de Noite, da Mariana Enriquez, e minha primeira reclamação foi justamente que eu teria cortado algumas partes, apesar de entender ou imaginar o motivo pelo qual elas estavam ali. O engraçado é que essa autora ficou famosa com dois livros de contos. Além disso, de certa forma, essa sua obra se costura também nesse emaranhado de histórias menores que colidem umas com as outras. Por mais que eu não possa dizer que amei o livro, sei que ele vai servir como uma das inspirações para meu projeto atual.

Sou daquelas que acredita que o livro vai ter o tamanho que precisar. Não conto palavras antes de dar o ponto final. Duvido que isso mude, mas tenho repensado sobre o desdobrar narrativo.

Cada autor tem o seu jeito próprio de “enrolar”. Stephen King enche páginas e páginas de um jeito bem diferente da Mariana, apesar de dividirem o terror como um gênero. Não posso comentar diretamente nada sobre Brandon Sanderson ou George R. R. Martin, porque nunca li seus livros, mas sei que as piadinhas sem graça sobre o primeiro terminar a série do segundo não fazem sentido. Eles possuem visões de mundo e estilos quase opostos pelos que seus fãs falam.

Nem todo autor escreve calhamaços, confesso que essa ideia passa longe da minha lista de ambições. Porém, é importante conhecer cada aspecto da própria escrita, os pontos fortes e fracos. Sem falar que todo livro pede algo novo de você, então fazer experimentos sempre entra no processo criativo.

Resolvi aprender a enrolar; ou melhor, estou descobrindo qual é a minha forma pessoal de alongar a trama. Tem sido interessante, vamos ver o que vai sair disso. Tomara que um livro.

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Meu site está de cara nova. Ficou bem bonito, modéstia parte.

Agora tem uma galeria na sessão de livros, com todas as artes das minhas histórias, para quem quiser conferir. Quem sabe não te dá vontade de pegar algum deles para ler?

Segue o link: madueoslivros.com.br

Por hoje é só

Me fala aqui se você prefere ler os livros gigantescos da vida ou se costuma devorar os pequeninos por aí?

Confesso que meu único pseudo preconceito nos últimos tempos tem sido em começar séries longas, mas é hipocrisia minha, pois acabei o sétimo livro de Dungeon Crawler Carl e já estou triste que o oitavo ainda não foi lançado.

Enfim, agradeço por continuar comigo nessa aventura.

Até a próxima!

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