Não estou exatamente em uma crise criativa. Apenas sentindo uma ânsia meio sem direção. Um tesão sem clímax a vista. Até sei o que quero escrever; ideias nunca me faltam, amém. O problema é sentir que os fios estão muito enrolados, cheios de nós. Desse jeito, fica difícil visualizar o que quero fazer com essa nova tapeçaria.

É como se eu estivesse sem os meus óculos. Para quem não sabe, tenho miopia com aquele toque de astigmatismo. Então, sem os ditos óculos, o mundo se resume a silhuetas sem definição e borrões insinuantes. Quando a visão me falha, recorro aos outros sentidos. Tateio com os dedos, presto atenção aos ouvidos. Viro um bicho, ao mesmo tempo, cauteloso e imprudente.

Assim, decidi dar passos menores. Vou engatinhar de volta para minha escrita, de volta para mim mesma. Quero retornar ao prazer criativo que flui por mim, que me ampara nas crises existenciais.

Este não é o único ponto da minha vida no qual estou tentando fazer isso. Comecei a estudar espanhol on-line, lembrei de como gosto de aprender. Flerto de novo com os meus tarôs e oráculos para recuperar a fé no universo. Estou de olho em cursos de web design, rabiscando uns desenhos sem sentido. São pequenos reencontros com interesses antigos, confirmando que o tempo só faz eu me tornar mais eu mesma. Seja lá o que isso for.

Com a escrita, vou experimentar o processo de outros autores. Escrever a mão, talvez fora de ordem, testar uma fonte que não seja a Times New Roman. Algumas epifanias me agraciaram por esses dias, alguns livros me inspiraram.

No mês passado, eu reli três contos que quero publicar em uma mini coletânea. Já anotei no papel tudo que vou editar neles inclusive. As histórias se passam no mesmo universo, então estou ruminando os detalhes com calma para que sua realidade se torne coesa. Sei quando vou lançar? Não. Entretanto, já tenho um nome para o conjunto, além de algumas ideias para a capa e diagramação, e isso me basta por enquanto.

No fim das contas, a gente escreve qualquer livro uma palavra de cada vez. Vou me permitir desfazer os nós com uma calma meditativa, tentando confiar nessa pulsão que me inquieta. Sei que ainda tenho muitas histórias para contar.

E, hoje, está sendo lançada a novela Balada para o Oeste, da maravilhosa Gabriela Teixeira.

Sou suspeita para falar em muitos níveis, pois betei a primeiríssima versão desta história e ainda fiz a diagramação do livro. Além disso, amo tudo que a Gabes escreve, desde seu romance contemporâneo em Rainha da Califórnia até sua alta fantasia em Para as estrelas do lado de fora.

Aqui vamos conhecer o mundo de Terra de Ninguém, perfeito para quem é fã de um bom faroeste, músicos atrapalhados e pistoleiras gostosas. Sim, mais uma vez Gabes mostra sua versatilidade ao se aventurar em um novo gênero.

Você pode ler Balada para o Oeste pela Amazon e pelo Kindle Unlimited.

Por hoje é só!

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Essa é a proposta do site Ko-fi, uma plataforma que existe há alguns anos. Fiz um perfil por lá para ver como funciona, pois ele permite doações únicas (diferente do Substack, pelo que sei). Se você quiser me mandar um trocado para apoiar projetos futuros, como essa mini coletânea de contos que mencionei, ele é muito bem-vindo.

Tudo que eu arrecadar pelo Ko-fi vai ser guardado para novas capas, ilustrações, etc. Devo testar outras plataformas também, mas a ideia é começar uma caixinha para os lançamentos e mandar novidades exclusivas para os apoiadores.

Para me mandar qualquer valor a partir de um real, é só seguir o link: ko-fi.com/madueoslivros 💜

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