Existem mil coisas que nos atrapalham enquanto estamos escrevendo um livro. Desde as interrupções do cotidiano até os medos grandes, alguns irracionais, que mancham a experiência em diversos níveis. Não é só a falta de tempo ou a síndrome do impostor. Essas pequenas coisas se acumulam e podem se unir em um tormento crescente até se tornarem o nosso verdadeiro nêmesis: a autossabotagem.

Cheguei no que eu considero a reta final de NdI, meu projeto atual, e percebi alguns dos velhos medos ressurgindo. O primeiro receio que tive, que me levou a procrastinar e até a mudar a decoração do meu escritório, foi o de reler o texto. E se a história não estivesse boa? E se eu tivesse mais coisa para arrumar do que havia pensado? E se a V3 não for a última versão como eu planejei? E se eu não souber como melhorar o que já está lá? A voz da minha ansiedade é assim, cheia de perguntas.

Consegui reler o livro em dois dias, ele não é muito longo. Fiquei bem satisfeita, somente dois capítulos me deram trabalho de verdade. Agora, você deve estar pensando que depois disso eu logo mergulhei na edição da prosa, não é mesmo?

Bem, gostaria de dizer que sim. No entanto, eu me deparei com outras questões. Uma vez que o livro está pronto, ele tem que ir para o mundo. É claro que tem a revisão, a diagramação, etc. Só que parte do meu cérebro — a ansiosa, para minha infelicidade — já está pensando no lançamento.

Não me entenda mal. Eu sou uma escritora independente, eu tenho que pensar no lançamento. Em todos os detalhes dele. Todavia, essa é uma das partes mais desgastantes para um clichê introvertido como eu. Assim mais perguntas lotam a minha cabeça: e se eu não souber divulgar? E se ninguém quiser ler? E se as pessoas não gostarem? E se eu não tiver dinheiro para investir? E se eu não fizer posts o suficiente? E se a minha história não tiver o apelo comercial necessário? E se… E se… E se…

É assim que a autossabotagem nos pega. Começamos a adiar a escrita, as etapas, a ser afetados pelo perfeccionismo. Se o livro não estiver pronto, não temos que nos expôr. Se não o lançarmos, não temos que enfrentar o fracasso.

Não é fácil correr atrás de um sonho. Admito que tive minhas frustrações com o lançamento de Meu Amor Viajante, provavelmente terei algumas também com o de NdI. Faz parte, não é motivo para desistir. Nenhuma carreira se faz em um dia, com um único livro. Cada história vai me ajudar a construir a minha jornada.

Fico feliz em dizer que consegui mandar meu próximo livro para a revisão e que, melhor ainda, tenho muitos outros que quero começar a escrever. Dois deles já estão na fase de planejamento, com escaletas e tudo. Combato a ansiedade com uma certeza: nunca vou parar de escrever.

O meu livro vai sair este ano, já decidi o mês, mas ainda não tenho a data exata. Por isso, enquanto NdI não vem, deixo vocês com algumas histórias que têm uma vibe parecida com a dele:

Assim vocês se preparam para conhecer Marcela e Rodrigo 💙

Por hoje é só

Como diria minha mentora de marketing, hoje eu sangrei um pouco em um tanque de tubarões. É uma metáfora sobre expor sua vulnerabilidade em um ambiente potencialmente inóspito. Dito isso, é importante saber que no mar existem diversos tipos de peixe e que dá para sobreviver algumas mordidas.

Se você é escritor(a), espero que esse texto ajude você a perceber que não está tão sozinho nos seus sentimentos. Espero que continuemos nessa aventura juntos.

Até a próxima!

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